“Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo, pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. - (Romanos 5.6-8)
Isto é amor!
Amor que se sacrifica, que se doa, que se deixa morrer por quem não merecia.
“Aquele que não conheceu o pecado, ele se fez pecado por nós, para que, nele fôssemos feitos justiça de Deus”. (2 Co 5.21), ou seja, é “o justo morrendo pelos injustos...” (1 Pe 3.18)
Isto é amor!
O próprio Jesus faz uma descrição linda acerca da grandeza deste amor dizendo:
“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13)
Isto é amor!
Este amor é a força motriz da vida cristã. O elemento que nos faz viver com significado, dando sempre o nosso melhor para Deus.
Em 2 Coríntios 5.14, 15 o apóstolo Paulo faz uma linda descrição do efeito que este amor causou em sua vida.
“Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo todos morreram. E ele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”.
O amor de Cristo era a inspiração da vida de Paulo. Sua pregação, sua missão, e todas as outras esferas da sua vida foram alteradas pelo poder deste amor. Tudo em sua vida era resultado direto da influencia deste amor.
Quando olhamos para a vida de Paulo e comparamos com a vida de muitos de nós hoje, eu tenho a triste impressão de que nós não entendemos nem a beleza, nem a grandeza, e muito menos a profundidade deste amor. Porque quem entende, não consegue viver de qualquer jeito, porque o amor de Cristo nos constrange a ser diferente, a viver diferente, e principalmente, a amar diferente.
O amor de Cristo nos transforma, e gera em nós uma vida de GRATIDÃO.
Quando olho para comunidade evangélica de hoje, eu entendo o porquê de termos uma vida cristã tão medíocre, Tudo isto porque na verdade nossa vida é fruto da obrigação e do medo, e não da gratidão.
E eu posso afirmar com toda certeza, que se nossa vida não for resultado da nossa gratidão, então todos os nossos feitos não passarão de religiosidade vazia e sem sentido. Se o nosso louvor não for fruto da nossa gratidão, ele não passa de uma simples cantiga de roda. Se a nossa contribuição – independente de qual seja, não for fruto da nossa gratidão, ela não vai passar de moeda de troca, pura barganha. E assim por diante.
Quem entende o amor de Cristo olha pra vida como o Salmista Davi, com gratidão, por isso se pergunta constantemente:
“Que darei eu ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” - (Sl 116.12)
Somente quem entende a grandeza do amor de Cristo pode olhar pra vida com gratidão e dizer desta forma, pois percebe que tudo nela é dom de Deus. Que toda boa dádiva e todo dom perfeito vem lá do alto, do Pai das luzes (Tg 1.17)
Somente quem entende a grandeza do amor de Cristo volta-se para ele com gratidão, porque sabe que tudo na vida é fruto da sua graça e do seu amor, a semelhança daquele leproso que se percebe curado pelo poder do bondoso Deus. (Lc 17.12-19)
Somente através da gratidão eu posso fazer valer este tão grande amor.
O amor de Cristo também gera em nós uma conversão diária. Que ocorre a todo instante, como uma mortificação do próprio ser e uma rendição absoluta a vontade divina.
Tenho a impressão de que em nosso meio se instalou uma nova modalidade de “conversão”, a meu ver parece mais uma acomodação, um ajustamento ao estilo e a forma cristã-evangélica, mas na verdade, sem nenhuma rendição ao Cristo.
Talvez seja por esta razão que as nossas igrejas estejam tão vazias de Deus, mesmo estando elas tão cheias de gente.
Conversão pra mim é muito mais do que simplesmente fazer parte de uma ideologia religiosa, é muito mais do que cantar bem, do que contribuir com liberalidade, ou se vestir de acordo com as indumentárias proposta por um grupo. Conversão é rendição diária ao senhorio de Cristo, nos momentos mais decisivos da vida. Abrindo mão dos nossos desejos e caprichos para dar a primazia ao Senhor.
O amor de Cristo nos convida pra esta conversão. Nos chama pra cada um de nós tomarmos a nossa própria cruz e segui-lo, fazendo morrer o nosso “EU” diariamente. Afinal, “quem perder a vida por causa dele, achá-la-á”. (Mt 10.39)
O apóstolo Paulo entendeu bem isto, por isso afirmou assim:
“... Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. (Gl 2.19, 20)
Quem entende a grandeza do amor de Cristo, faz morrer os seus desejos, vontades, caprichos e picuinhas, abrindo mão da própria vida para ser dele, para viver por ele e para ele. Pois somente assim poderemos demonstrar o nosso amor para com ele. (Jo 14.21)
Percebo também que o amor de Cristo gera em nós uma consciência de MORDOMIA. Que nos faz olhar pra vida como dispenseiros, como aqueles a quem Deus confiou bens e talentos, e tudo isto para o louvor da glória dele.
Eu acredito que parte do fracasso da nossa vida cristã hoje é porque não entendemos que tudo que temos e somos é por cauda dele e para glória dele.
Vivemos ocupados demais com as coisas da vida, enredados por ocupações diversas, futilidades e caprichos narcisistas. Estamos vivendo uma vida que se preocupa apenas com nossas picuinhas pessoais, com o nosso mundinho particular, e estamos esquecendo o Reino de Deus.
Palavras como: “meu”, “minha” são as palavras de ordem da nossa boca. Parece que esquecemos que o Senhor nos chamou para ser dele, para viver para ele, sem que qualquer outra coisa, ou outro ser possa ocupar o lugar dele em nosso coração, pois do contrário nos tornamos indignos dele, conforme (Mt 10.37).
Somente quem entende o amor de Cristo pode dizer como dizia o apóstolo Paulo:
“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar do evangelho da graça de Deus”. (At 20.24)
E somente quem vive em função deste amor pode orar como Davi orou:
“... Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos”. (1 Cr 29.11-14)
Isto é compreender a grandeza do amor de Cristo.
Ah, como eu gostaria que todos nós entendêssemos este amor, como eu gostaria que nossas vidas fosse uma resposta a este tão grande amor.
Somente assim nossas vidas seriam mais gratas. Teríamos corações mais convertidos a ele, e somente a ele, e oraríamos como o profeta Jeremias dizendo: “Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos.” (Jr 5.21). Nossas vidas seriam mais fiéis e leais, porque seríamos bons mordomos das bênçãos e dádivas de Deus. Seríamos homens e mulheres em quem o Senhor teria prazer de dizer: “Este é o meu Filho(a) amado(a), em quem me comprazo.” – (Mt 3.17)
Que este grande amor altere todas as esferas da nossa vida, e que estabeleça os contornos das nossas motivações, e que dê sentindo as nossas ações, e que acima de tudo, nos faça viver dele, por meio e para ele. – (Rm 11.36)
Em Cristo, aquele que nos amou e nos deu o dom de amar.
Seu amigo na Web
Gilson C.
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